
domingo, 12 de outubro de 2008
Para Hume, causa e efeito. Para Skinner, previsão, controle e interpretação.

sábado, 27 de setembro de 2008
Confissões, Santo Agostinho; confusões, Behaviorismo Radical.

O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém mo perguntar, eu sei. Se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei. Porém, atrevo-me a declarar, sem receio de contestação, que, se nada sobreviesse, não haveria tempo futuro, e se agora nada houvesse, não existiria o tempo presente.
De que modo existem aqueles dois tempos - o passado e o futuro - se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, já não seria tempo, mas eternidade.
Mas se o presente, para ser tempo, tem necessariamente de passar para o pretérito, como podemos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? Para que digamos que o tempo verdadeiramente existe, porque tende a não ser?"
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Fenomenologia do Espírito - Hegel
"MasSobre Hegel: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hegelesse movimento da consciência-de-si em relação a uma outra
consciência-de-si se representa, desse modo, como o agir de uma (delas). Porém
esse agir de uma tem o duplo sentido de ser tanto o seu agir como o agir de
outra; pois a outra é também independente, encerrada em si mesma, nada há nela
que não seja mediante ela mesma.
A primeira consciência-de-si não tem diante
de si o objeto, como inicialmente é só para o desejo; o que tem é um objeto
independente, para si essente, sobre o qual portanto nada pode fazer para si, se
o objeto não fizer em si o mesmo que ela nele faz. O movimento é assim, pura e
simplismente, o duplo movimento das duas consciências-de-si. Cada uma vê a outra
fazer o que ela faz, cada uma faz o que da outra exige – portanto faz somente
enquanto a outra faz o mesmo. O agir unilateral seria inútil; pois, o que deve
acontecer, só pode efetuar-se através de ambas as consciências."
O auto conhecimento tem origem social e surge se uma comunidade verbal faz perguntas do tipo “O que você fez?”, “O que você está sentindo?” ou “Do que você mais gosta?”. Ou seja, para promover o auto-conhecimento, uma consciência-de-si deve se relacionar com outras consciências-de-si.
Quando as pessoas participam da vida de alguém, intermediando outros reforçadores incondicionais, “ter pessoas participando da sua vida” pode se tornar um estímulo reforçador condicional. Por isso a primeira consciência-de-si não tem diante de si um objeto – este ainda não se tornou um estímulo reforçador.
Se uma pessoa faz algo que viu outra pessoa fazendo e, assim, passa a produzir certos reforçadores, ela pode aprender a se comportar "olhando". Isso se chama aprendizagem vicariante. Por isso Hegel pôde exemplificar o processo em que uma consciência-de-si faz o que a outra faz.
A comunidade verbal, então, pode estabelecer-se como uma eficaz agência para ensinar às pessoa quais comportamentos serão bem sucedidos naquela comunidade. Ela pode definir a competência social. Dessa forma, um agir unilateral, sem contato com as outras consciências-de-si, seria mesmo inútil.
Parece, de uma forma geral, que as considerações de Hegel estão de acordo com concepções analítico-comportamentais. Porém, o texto é carregado de obscuridade. Muito do que é chamado de consciência-de-si poderia ser chamado de comportamento consciente e grande parte do que é apontado como fenômeno universal, muito provavelmente se trata tão somente de eventos particulares.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Mênon, de Platão
"Sócrates: (...) Chame um dos seus serviçais, o que você quiser, para ajudar na minha demosntração. (...) Agora observe atentamente se ele parece lembrar ou se aprende comigo. (...) Diga-me, rapaz, sabe que esta figura é um quadrado?Rapaz: Sei. (...)
Sócrates: Agora, se este lado tivesse dois pés e aquele também, quantos pés tera o quadrado? (...) Quantos são duas vezes dois, conte e me diga.
Rapaz: Quatro, Sócrates.
Sócrates: E pode haver outra figura duas vezes maior que esta mas do mesmo tipo, também com todos os lados iguais?
Rapaz: Pode.
Sócrates: Então quantos pés terá?
Rapaz: Oito.
Sócrates: Agora tente me dizer quanto medirá cada lado dessa figura. Este aqui tem dois pés; quanto terá o lado do outro quadrado que tem o dobro do tamanho?
Rapaz: Sem dúvida o dobro, Sócrates.
Sócrates: Está observando, Mênon, que não ensino coisa alguma ao rapaz, mas apenas lhe faço perguntas? E agora ele supõe que sabe o tamanho da linha para traçar um quadrado de oito pés, ou não acha que supõe? (...) Agora observe o progresso dele ao lembrar com o uso adequado da memória. Diga-me, rapaz, a seu ver obtemos o dobro da área com uma linha que tenha o dobro da sua extensão? A área a que me refiro não é comprida numa direção e curta em outra; deve ser igual em todas as direções, como esta, mas ter o dobro do tamanho: oito pés. Agora veja se ainda acha que obtemos isso com uma linha do dobro do tamanho.
Rapaz: Acho.
Sócrates: Bem, se acrescentamos aqui outra linha do mesmo tamanho, dobramos esta?
Rapaz: Claro.
Sócrates: E você diz que teremos uma área de oito pés com quatro linhas deste tamanho?
Rapaz: Sim.
Sócrates: Então vamos traçar o quadrado, com quatro linhas aguais desse tamanho. Teremos então, a seu ver, a figura de oito pés, não é?
Rapaz: Certamente.
Sócrates: E contidos neste quadrado não temos outros quatro iguais à área de quatro pés?
Rapaz: Sim.
Sócrates: Então qual é o tamanho total? Quatro vezes aquela área, não é?
Rapaz: Deve ser.
Sócrates: E quatro vezes são o dobro?
Rapaz: Não, claro que não.
Sócrates: E quanto são?
Rapaz: O quádruplo. (...)
Sócrates: Mas com que linha vamos traçar isso? Tente nos dizer exatamente; mas, e não conseguir calcular apenas mostre que linha será.
Rapaz: Bem, Sócrates, palavra que nao sei.
Sócrates: E agora, Mênon, vê que progressos ele já fez em termos de memória? De nício não sabia que linha forma a figura de oito pés e mesmo agora não sabe, mas ntes achava que sabia e respondeu confiante como se soubesse, sem ter consciência das dificuldades; ao passo que agora sente a dificuldade em que se encontra e, além de não saber, não acha mais que sabe. (...) E sem dúvida prestamos-lhe alguma assistência, parece, para que descubra a verdade da questão, pois agora ele prosseguirá alegremente na busca do que não conhece, ao passo que antes se apressaria em supor que tinha razão em dizer, diante de todos e quantes vezes fosse, que o dobro da área deve ter um lado com o dobro do tamanho. (...) Agora observe como, em conseqüencia dessa perplexidade, ele vai prosseguir e descobrir uma coisa em investigação conjunta comigo, embora eu meramente faça perguntas e não ensine. E fique atento para ver se em algum momento lhe ensino ou explico algo, em vez de questionar as suas opiniões. Diga-me, rapaz: aqui temos um quadrado de quatro pés, não temos? Está entendendo? (...) E aqui, juntamente a ele um quadrato igual, certo? (...) E aqui um terceiro, igual aos outro dois, não é? (...) E agora vamos preencher esta área vazia no canto, está bem? (...) Então devemos ter aqui quatro áreas iguais?
Rapaz: Sim.Sócrates: Ora bem, quantas vezes a área total é maior do que essa outra?Rapaz: Quatro vezes.
Sócrates: Mas deveria ser duas vezes, lembra-se?
Rapaz: Claro.
Sócrates: E esta linha traçada de ângulo a ângulo dos quadrados não divide em duas a área de cada um? (...) E não temos quatro linhas iguais encerrando essa área?(...) E não temos quatro linhas encerrando essa área? (...) Agora repare qual é a área deste quadrado. (...)
Rapaz: Oito pés.
Sócrates: E com que linha foi traçada?Rapaz: Com esta.
Sócrates: Com a linha que corta o quadrado de quatro pés de um ângulo a outro?
Rapaz: Sim.
Sócrates: Os professores chamam essa linha de diagonal. Se diagonal é o seu nome, então, segundo você, servo de Mênon, o dobro da área é o quadrado da diagonal.
Rapaz: Sim, certamente, Sócrates.
Sócrates: O que achou, Mênon? Ele deu alguma opinião que não correspondesse ao seu próprio pensamento?
Mênon: Não, todas as opiniões foram dele.
Sócrates: Mas veja, ele não sabia, como dissemos há pouco.
Mênon: É verdade.
Sócrates: No entanto, ele tinha essas opiniões dentro dele, não tinha?
Mênon: Tinha.
Sócrates: Então aquele que nada sabe de assunto algum, seja qual for, pode ter opiniões verdadeiras sobre assuntos que desconhece por completo? (...) Ora, se sempre o teve, sempre foi sabedor; e se o adquiriu em algum momento, não pode ter sido nessa vida. Ou será que algém lhe ensinou geometria? Veja, ele pode fazer o mesmo com a geometria interia ou qualquer campo do conhecimento. Ora, alguém lhe ensinou tudo isso? Você com certeza deve saber, especialmente porque ele nasceu e foi criado em sua casa. (...) Portanto, se em ambos os períodos - quando ser humano e quando não - ele tinha dentro de si opiniões verdadeiras que precisam apenas ser despertadas pelo questionamento para se tornarem conhecimento, sua alma então deve ter tido sempre essa ciência? Pois é claro que ou ele sempre foi um ser humano ou não foi. (...) E se a verdade de todas as coisas que existem está sempre em nossa alma, então a alma deve ser imortal? De modo que é preciso criar coragem e se esforçar em procurar e recuperar seja lá o que for que hoje porventura desconhecemos, isto é, não lembramos? "
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
O Mobilismo, Herácleto de Éfeso
Passarei a decompor agluns elementos dessa frase do poema, analisar questões de significado, questões funcionais, implicações metodológicas mas, em todo o tempo, fazendo referência à minha formação filosófica pessoal. Por isso, peço desculpas a todos por qualquer divergência, mas defendo que qualquer análise trata-se tão somente de minhas humildes opiniões.
A primeira decomposição da citação que analisarei é "Este cosmo, igual para todos (...)". Primeiramente, sinto que a afirmação sugere uma unifomidade de acesso de todas as pessoas ao mesmo ambiente. Essa é minha primeira impressão. Me remete aos ditados "O sol nasce e se põe sobre justos e injustos" e "A chuva abençoa a todos". Mas, de fato, todas as pessoas estariam sujeitas à ação do mesmo ambiente? Não seria ele grande demais e repleto de variáveis atuando simultaneamente que teriam uma ação única a cada instante sobre cada pessoa? Não seria o ambiente novo a cada isntante? Talvez a resposta seja que todos estão sujeitos à mesma diversidade. Mas tenho a impressão que afirmações como a de Herácleto sugiram passividade no ambiente, e é com isso que não posso concordar. É o ambiente que se relaciona, ativamente, com o organismo, e assim se dá o objeto de Behaviorismo Radical: o comportamento.
Sigo analisando a afirmação implicita de que "Este cosmo (...) não o fez (...) nenhum dos mortais". Incluindo o nosso ambiente mais imediato, o planeta Terra, no que Herácleto está chamando de cosmo, não podemos concordar com sua afirmativa. O homem opera sobre o ambiente, o altera. É alterado por ele todo o tempo enquanto se comporta, mas o altera. Podemos dizer, na verdade, que praticamente todo o ambiente a que estamos sujeitos foi feito pelos mortais. Nosso cosmo mais imediato é todo artificial, social, humano.
Considere esse fragmento: "(...) mas sempre foi, é e será(...)". O passado não pode prever o futuro. O futuro pertence ao futuro, e estará sempre lá, confinado ao futuro. Em poucos momentos a flisofia deve ceder à lógica, mas esse é, sem dúvida, um desses momentos. O dado que temos de que algo sempre foi e é de alguma forma, diz apenas isso: esse algo sempre foi e é assim. Não se pode afirmar, por isso, que algo ainda será da mesma forma, somente por que o tem sido.
Porém, no final do texto selecionado para análise, Heráclito diz que "(...) [O] cosmo (...) [é] vivo, acendendo-se e extinguindo-se conforme a medida." E eu não poderia ficar mais contente ao citar Heráclito se não por ler algo tão verdadeiro. A metáfora de universo vivo, que me remete à palavra orgânico, que me faz pensar em intrincadas relações funcionais de eventos, em uma rede de acontecimentos simultâneos que se afetam mutuamente, me parece a base do Behaviorismo Radical e também do mobilismo. Atentar para os muitos aspectos do cosmo se relacionando é o que fará uma pessoa orientada por uma visão behaviorista radical de mundo. E, para mim, isso é belíssimo.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
As Duas Vias, Parmênides.

Nesta passagem, Parmênides trata do ser que é e o contrapõe com o não ser que não é, estabelece para o leitor dois tipos de análise da realidade e conclui falando da continuidade do ser talvez sob uma perspectiva lógico-indutiva a partir de eventos que não foram explicitados.
Quanto à definição do ser como “ser que é”, talvez a aparente tautologia envolvida no jogo de palavras dificulte uma análise behaviorista radical. Mas podemos exemplificar o ser, nesse caso, como uma pessoa. Uma pessoa é, existe, se comporta, pensa (se comporta), enfim. Porém acredito que seria difícil não ser contra-argumentado sobre o ser de demais coisas, como na pergunta “então animais não são?”. Acredito que são. Animais existem, se comportam. E as plantas? De certa forma, biólogos podem referir-se a certos comportamentos de plantas. Considerem as águas-vivas. E os demais objetos também podem ser incluídos nessa lista. Penso que o ser de Parmênides faz referência a pessoas, animais, plantas, objetos e, muito importante, faz referência aos nossos comportamentos em relação a eles – comportamento sob controle de estímulos. Pessoas, animais, plantas e objetos me estimulam o tempo todo e me comporto em relação a elas, as olho, busco, pego, percebo. Não posso negá-las. Se peço para chamarem-me o fulano, o chamam. Se eu assobio, meu cachorro vem brincar. Se molho meu vaso de margaridas, elas voltam a vida. Se eu olho (e obedeço) uma placa de transito, evito acidentes. Dessa forma, o ser são as coisas. Elas são ser, bem como eu sou, se posso me comportar em relação a elas.
Porém, seria impossível se comportar em relação a coisas que não são o ser? Uma análise sincera nos diria que sim. Mentiras, ficções explanatórias, regras mantidas por aquiescência, enfim, são exemplos de comportamento verbal que podem ser estímulos em relação aos quais nos comportamos. Podem ser regras (no caso, falsas-regras). O problema é que segui-las costuma ser prejudicial a longo prazo. Uma pessoa pode manter a castidade ou sentir culpa por não mantê-la devido a contingências sociais – mas o preço é o sofrimento, isolamento, mentiras. Ser casto pode ser aprovado pela comunidade, mas as implicações afetivas podem fazer sofrer o celibatário – este é só um exemplo entre milhares possíveis. A função das afirmações de Parmênides quanto ao não-ser, no texto, podem ser de estabelecer que ele aprovaria sempre que pessoas seguissem regras que realmente tratem da realidade (rastrear), mas que ele não aprovaria ou criticaria o seguir regras que só são mantidas pela aprovação das outras pessoas (aquiescer). A argumentação dele pode esconder um julgamento de valor entre rastrear e aquiescer. Se Parmênides o faz, o faz bem, posto que cabe mesmo à filosofia esse julgamento. A ciência só pode tratar dos dados relativos a cada tipo de regra. Talvez o único problema na obra dele seja considerar o aquiescer como impossível. Aquiescer é possível, porém crítico.

Não sei com base em que dados, mas Parmênides acertadamente discute a continuidade do ser e pressupõe a existência real natural - e não metafísica - do mundo sob análise. Esse princípio subsidia uma compreensão científica do mundo, como na Análise Experimental do Comportamento. Há uma ordem contínua entre os eventos: evolução, mutação, reação, inércia, reforço, modelagem, enfim. O próprio comportamento é contínuo e apenas recortado para estudo. É multideterminado e não se pode ainda conhecer todas as variáveis – tudo aquilo que explica o porquê alguém se comporta. Ainda faz referência ao caráter não teleológico, ou seja, não orientado para o futuro do ser. Uma pessoa não faz algo, não pensa, não cria, porquê quer fazê-lo, tem vontade ou tem um objetivo. Para o behaviorismo radical, é a história passada que altera a probabilidade de um comportamento. Uma pessoa é modificada e passa a se comportar de certa forma diante de certo contexto. O que “acontecerá” não existe nesse sentido. Isso faz oposição a outros pensamentos que definem o comportamento como que orientado para o futuro.
No mais, o texto de Parmênides me parece muito coerente segundo uma abordagem behaviorista radical. Eu me comporto em relação a mim mesmo e às demais coisas, e essas coisas existem em um mundo real – me estimulam. Outras coisas não existem, como as coisas a que se referem às falsas-regras, e posso até me comportar em relação a estas, mas a um preço alto. É melhor rastrear do que aquiescer. O mundo está integrado em uma continuidade, o que é confirmado por abordagens científicas. O próprio comportamento é contínuo, muito embora não esteja pré-determinado ou possa ser orientado para o futuro. De forma geral, há muita concordância entre o behaviorismo radical e o texto de Parmênides e quisera o pensamento filosófico de toda a história tivesse permanecido nesse viés.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Uma Proposta Experimental
A primeira digressão a ser apresentada fará menção à criação desse blog e contribuirá para a delimitação das possibilidades das análises que aqui serão apresentas. Creio que a divulgação dos acontecimentos causadores provavelmente não seriam bons exemplos de altruísmo e, no mais, não me sinto ainda à vontade de fazê-lo. Porém, o efeito desses eventos em mim - face a minha história - me deram algumas idéias e, ao final da cadeia, estabeleceram a construção desse espaço. Gostaria de passar a divulgar algo do que pensei durante o processo.
Estive envolvido em uma procura de como registrar minhas leituras de textos filosóficos, compartilhá-las e, o mais importante, conhecer as leituras que outras pessoas fariam das minhas. Em pensamento, publiquei-as em comunidades, em fóruns de discussão, em grupos, mas já em pensamento não fiquei satisfeito com o possível resultado de nenhuma dessas opções. Lembrei-me de blogs de amigos que visitei recentemente e então disse a mim mesmo: "- É isso! Vou criar um blog!" (cabe dizer que esse processo não explica porque estou criando o blog, apenas descreve algumas coisas que aconteceram juntamente com o criar). Bem... claro que não sei se foi a melhor estratégia. Terei que passar pela experiência e os efeitos dela é que serão os maiores mantenedores do digredir. Por isso se trata de uma proposta experimental.
Mencionei que a digressão estará baseada nas minhas leituras de tratados de filosofia. Bem, e será. Além disso, tantarei sempre apontar relações com o behaviorismo radical. Tentarei tratar os temas tal qual um behaviorista os vê. B. F. Skinner costumava traduzir algumas passagens tradicionais em termos de uma análise comportamental, apontava o mentalismo que aparecia em discussões filosóficas e apresentava uma alternativa derivada da análise experimental do comportamento e de outras contribuições científicas. Não sou um filósofo, mas tentarei fazê-lo e, óbvio, haverá opiniões divergentes - tomara. Talvez a melhor conseqüência de publicar minhas leituras será derivada das críticas e comentários feitas por outros leitores. Será a modelagem do meu filosofar.
Neste blog, as discussões serão feitas com a transcrição de textos de autores clássicos (juntamente com a citação das fontes), seguido pela minha leitura, talvez haja citações de textos behavioristas e, por fim, a haverá espaço para comentários de visitantes.
Em suma, estarei aqui para reler textos filosóficos tradicionais em termos de uma análise comportamental. Todos são bem vindos a contribuir. Críticas serão entendidas como contracontrole - e quero estar aberto para que estas regulem meu modo de escrever. Análises complementares em comentários me serão modelos. Reler será auto análise.
Pode isso dar errado?